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Quais são as evidências de que Jesus pareceu vivo depois de Sua morte?


A evidência primária que temos para as aparições pós morte de Jesus veem, em primeiro lugar, da lista de Paulo das testemunhas, em 1 Coríntios 15. Nela, ele diz que, quando Cristo ressuscitou dos mortos, Ele apareceu a Pedro. Depois, aos Doze discípulos e depois para mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda estava viva na época em que Paulo escreveu, embora alguns já tivessem morrido. Depois, Ele apareceu a Tiago, depois a todos os apóstolos e, finalmente, Paulo diz: “Ele apareceu também a mim.”
Então, temos aqui uma lista de testemunhas que Paulo dá, as quais viram Jesus vivo após Sua morte. E algumas dessas podem ser relacionadas às aparições nos Evangelhos.
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A aparição a Pedro é também mencionada no evangelho de Lucas, capítulo 24. Quando os discípulos de Emaús voltaram a Jerusalém, eles encontraram os doze discípulos ou os onze reunidos, e disseram: “O Senhor de fato ressuscitou, e apareceu a Simão.” (Lucas 14:34). Então nós temos dois testemunhos independentes do fato de uma aparição a Pedro. Também, talvez como uma referência a isso, em Marcos, onde nas palavras do Anjo, Ele diz: “Vão e digam aos discípulos dele e a Pedro: Ele está indo adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês o verão.’” (Marcos 16:7).
Então, todo estudioso do Novo Testamento concorda que Pedro experimentou uma aparição de Jesus ressurreto pouco depois de Sua morte.

A aparição aos Doze mencionada depois por Paulo é a aparição melhor confirmada nos Evangelhos. Ela é confirmada independentemente no evangelho de Lucas (24:36) e no de João (20:19; 20:26) e se refere à aparição de Jesus aos discípulos no cenáculo.

Temos também uma aparição aos discípulos mencionada em Mateus, no topo de uma montanha na Galileia (Mateus 28:16). Essa poderia ser a próxima aparição mencionada por Paulo, a aparição aos quinhentos irmãos. Não há nenhuma narrativa explícita disso nos Evangelhos, mas uma aparição a quinhentas pessoas deveria acontecer ao ar livre, devido ao número de pessoas envolvidas; talvez em uma colina na Galileia, onde as centenas haviam se reunido para ouvir Jesus pregar antes de subir aos Céus. E é interessante notar que a aparição na montanha, em Mateus, é diferente de todas as outras aparições, porque enquanto todas as outras eram inesperadas, a aparição na montanha foi marcada. Ele diz que os discípulos foram à montanha onde Jesus havia determinado que fossem encontrá-Lo (Mateus 28: 10; 28:16).
Então pode ser que os Doze não estivessem sozinhos quando encontraram Jesus na montanha, no relato de Mateus. De fato, a mensagem dada pelo Anjo às mulheres é: “Digam a seus discípulos que Ele está indo adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês O encontrarão.” (Mateus 28:7; cf. Marcos 16:7). Pode ser que as mulheres tenham acompanhado os discípulos à Galileia e também testemunhado Sua aparição. E, na verdade, na história de Mateus, ele tem uma frase misteriosa: “Eles O adoraram, mas alguns duvidaram.” (Mateus 28:17). Uma vez que, antes de aparecer aos quinhentos, Jesus apareceu aos Doze, como Paulo diz em 1 Coríntios 15, e estes já haviam crido nele, então isso poderia ser uma referência ao grupo maior de pessoas que se reuniu a eles na montanha para encontrar Jesus na hora marcada. Isso não é nenhum pouco implausível. Então poderia ser que a aparição de Mateus é, na verdade, a aparição aos quinhentos irmãos.
Em todo caso, temos boas bases para aceitar a historicidade da aparição aos quinhentos por causa do contato com eles em primeira mão. Isso não é apenas uma história lendária, que Paulo recebeu ou que ouviu, porque ele sabia que algumas dessas pessoas haviam morrido no ínterim. E ele sabia que a maior parte deles ainda estava viva e, na verdade, está dizendo: “Eles ainda estão aqui para serem questionados, vocês podem falar com as testemunhas.” Ele nunca poderia ter feito esse tipo de desafio se esse evento não tivesse ocorrido.
Então temos um bom fundamento para afirmar a aparição de Jesus aos quinhentos com base no que Paulo diz.

Depois, ele diz que Jesus apareceu a Tiago, o irmão de Jesus. E é interessante que Tiago e Pedro, os dois mencionados na lista de 1 Coríntios 15, sejam as duas pessoas que Paulo encontrou quando veio pela primeira vez a Jerusalém depois de sua conversão, após estar em Damasco por três anos (Gálatas 1:18-19). Ele passou duas semanas em Jerusalém em uma viagem em busca dos fatos, durante a qual ele diz que encontrou Tiago e Pedro (Gálatas 1:11-24). E esses são os dois homens a quem ele se refere na lista.
Agora, nós não temos uma narrativa independente de Jesus aparecendo a Seu irmão Tiago, mas temos bons motivos para afirmar sua historicidade. Por quê? Bem, simplesmente porque nem Tiago nem quaisquer dos irmãos de Jesus eram aparentemente crentes Nele durante Sua vida. Temos boas evidências nos Evangelhos que mostram que nenhum dos irmãos de Jesus achava que Ele era o Messias, ou o Senhor, ou ninguém em particular! Especialmente, na verdade, nós temos uma história realmente cruel, onde os irmãos de Jesus tentam levá-Lo a uma armadilha mortal mostrando-Se publicamente na festa quando eles sabiam que os líderes judeus estavam tentando persegui-Lo e matá-Lo (João 7:1-13), mas, mesmo assim, mais tarde, na Igreja Primitiva, Tiago, o irmão de Jesus, surge como um dos pilares da Igreja no Novo Testamento, como um dos líderes da Igreja.
R. H. Fuller, que é um justo crítico liberal do Novo Testamento, disse que: “Mesmo que não houvesse uma menção de Paulo à aparição para Tiago, nós teríamos que inventar uma para explicar a transformação que ocorreu em Tiago entre a época de seus dias descrentes, antes da morte de Jesus, e da sua liderança na Igreja Primitiva.”
A maioria de nós tem irmãos. O que seria necessário para fazer você crer que seu irmão é o Senhor, a ponto de estar disposto a morrer por essa fé, como Tiago morreu? Pois Tiago foi martiriza em 67 d. C. pelo sinédrio judeu por crer que Jesus era de fato o Senhor, Filho de Deus e Messias. Pode haver alguma dúvida de que a razão para essa mudança em Tiago é o que Paulo disse: “então Ele apareceu a Tiago”?

Depois, Paulo menciona a aparição a todos os apóstolos. Nós sabemos exatamente que grupo foi esse, provavelmente um grupo maior que o dos Doze. Lucas diz que Jesus apareceu durante um período de quarenta dias aos Seus discípulos (Atos 1:3) e essa aparição provavelmente foi nessa época.

E, finalmente, Paulo diz: “Ele apareceu também a mim.” E isso é, novamente, uma conversão tão marcante quanto a de Tiago.
Saulo era um fariseu judeu, um perseguidor da Igreja. Ele odiava a “heresia” cristã e estava determinado a fazer tudo o que pudesse para sufocá-la. Ele foi, na verdade, o responsável pelas mortes de homens e mulheres cristãs. E então tudo mudou para esse homem, porque na entrada para Damasco ele viu essa aparição de Jesus, e disse “E vi Jesus, nosso Senhor” (1 Coríntios 9:1). E é isso que levou “Saulo, o Fariseu” a ser transformado em “Paulo, o Apóstolo” e missionário do cristianismo primitivo. E isso é inegavelmente comprovado por suas próprias cartas em primeira mão. De tal forma que temos nas informações de Paulo fundamentos muito bons para crer que vários indivíduos ou grupos de pessoas sob várias circunstâncias viram aparições de Jesus ressurreto dos mortos. E o relato dos Evangelhos fornece uma confirmação, uma corroboração que confirma e preenche os detalhes das histórias das aparições.

William Lane Craig

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