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Mostrando postagens de março 15, 2015

Apocalipse: Um Livro Sobre o Passado.

“Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo”. (Apocalipse 22.10) A maior parte dos eventos profetizados no Apocalipse se cumpriu no primeiro século. Somente a partir da segunda metade do capítulo 20 é que o livro narra eventos que ainda são futuros a nós. A primeira vista, essa perspectiva soa como algo praticamente impossível de ser aceito pela maior parte dos cristãos de nosso tempo. Mas as primeiras palavras do livro não podem ser ignoradas: “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo”. (Ap 1.1) Tais palavras precisam ser levadas mais a sério. As coisas que deveriam acontecer eram futuras em relação ao tempo em que o livro foi escrito. Mas elas se cumpriram brevemente, como diz o verso. Para nós que vivemos no século 21, são coisas que ficaram no passado. Alguns poderão argumentar que a perspectiv

A Necessidade da Teologia Sistemática

A Necessidade da Teologia Sistemática Por  R.J. Rushdoony No último sábado, enquanto eu viajava por Los Angeles, eu escutava na rádio a transmissão de um evangelista do outro lado do país. Apesar de alegar que estava pregando a Palavra de Deus como um cristão que crê na Bíblia, ele não pregava uma fé que eu conseguia reconhecer como bíblica nem um Deus que eu ouço falar na Bíblia. Este homem garantiu aos seus ouvintes convertidos ou não que “Deus está sempre ao seu lado”. Ele também falou de Deus como nosso “papai” no céu, rico em recursos e ansioso pra nos ajudar se ao menos permitíssemos. Eu não consegui reconhecer o soberano Deus das Escrituras nem qualquer coisa que se assemelhasse a sua Palavra de autoridade, a Bíblia. O evangelista era um humanista que estava usando, ou tentando usar, Deus como o maior recurso possível a disposição do homem; o centro de seu modo de pensar era o homem e as necessidades do homem. Faltava nele qualquer teologia sistemática sobre Deus. No lugar d

A Inspiração das Sagradas Escrituras

A Confissão Belga resume a doutrina reformada da  inspiração das Sagradas Escrituras  no Artigo 3: ARTIGO 3 A PALAVRA DE DEUS Confessamos que a palavra de Deus não foi enviada nem produzida “por vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”, como diz o apóstolo Pedro (2 Pedro 1:21). Depois, Deus, por seu cuidado especial para conosco e para com a nossa salvação, mandou seus servos, os profetas e os apóstolos, escreverem sua palavra revelada [1]. Ele mesmo escreveu com o próprio dedo as duas tábuas da lei [2]. Por isso, chamamos estas escritas: sagradas e divinas Escrituras [3]. 1 Êx 34:27; Sl 102:18; Ap 1:11,19. 2 Êx 31:18. 3 2Tm 3:16. Sobre isso, o teólogo presbiteriano B.B. Warfield escreveu: “Os livros bíblicos são chamados inspirados por serem o produto, divinamente determinado, de homens inspirados; os escritores bíblicos são chamados inspirados por terem recebido o sopro do Espírito Santo, de maneira que o produto de suas ativid

UMA DEFESA DAS CINCO FESTAS EVANGÉLICAS

“Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas”. (Salmo 145:4) “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina”. (II Timóteo 4:1-2) A Igreja tem o dever e obrigação de louvar a Deus por Suas obras, além de anunciá-las e pregá-las ao mundo inteiro. As obras e proezas de Deus são incontáveis e infinitas, de forma que “se cada uma das quais fosse escrita, nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (Jo 21:25). Apesar disso, devemos reconhecer que algumas delas são expressamente identificadas por Deus como sendo mais importantes e significantes que todas as demais. O Novo Testamento ensina que Jesus Cristo, em Sua pessoa, obra e ministério, é o ápice, o propósito final, a plenitude e a consumação de toda a revelação de Deus e

Introdução ao Cristianismo: O Conhecimento de Deus (III)

Este estudo faz parte da série “Introdução ao Cristianismo” . Para o melhor aproveitamento, é aconselhável que o leitor cheque e medite em todas as referências bíblicas de cada artigo da Confissão Belga antes de começar ler o estudo baseado naquele artigo. PARTE I  –  PARTE II  –  PARTE III ARTIGO 2 COMO CONHECEMOS A DEUS Nós O conhecemos por dois meios.  Primeiro: pela criação, manutenção e governo do mundo inteiro , visto que o mundo, perante nossos olhos, é como um livro formoso [1], em que todas as criaturas, grandes e pequenas, servem de letras que nos fazem contemplar “os atributos invisíveis de Deus”, isto é, “o seu eterno poder e a sua divindade”, como diz o apóstolo Paulo (Romanos 1:20. Todos estes atributos são suficientes para convencer os homens e torná-los indesculpáveis. Segundo: Deus se fez conhecer, ainda mais clara e plenamente, por sua sagrada e divina Palavra  [2], isto é, tanto quanto nos é necessário nesta vida, para sua glória e para a salvação dos que Lhe

DEUS EXIGE O CASAMENTO ENTRE O ESTUPRADOR E A VÍTIMA?

“Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados, então o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos de prata; e porquanto a humilhou, lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias”. (Deuteronômio 22:28-29) Ocasionalmente as pessoas me perguntam sobre este texto, se ele está falando de um estuprador se casando com sua vítima. Há algumas semanas, não lembro exatamente quem ou quando, alguém me mostrou uma imagem compartilhada por ateus no Facebook que usa este texto como forma de dizer que a Bíblia é conivente com estupradores. O fato é que esta passagem não está falando de estupro. Está falando de  fornicação . O texto não abre precedente para um estuprador pedir ao pai da vítima para se casar com a vítima, mas abre precedente para um pai ter o direito legal de exigir o casamento de sua filha com quem ela (voluntariamente) cometeu  fornicação . O motivo pelo qual alguns