Todos sabemos que não existem unicórnios, mas alguns neo-ateus andam divulgando uma errônea ideia de que a Bíblia afirma a existência de tais animais. Vamos averiguar:
As Escrituras mencionam algumas vezes um animal pelo termo hebraico reʼém: Números 23:22; 24:8; Deuteronômio 33:17; Jó 39:9-10; Salmo 22:21; 29:6; 92:10 e Isaías 34:7. Por muito tempo, os tradutores não tinham certeza a que animal ele se referia. A Septuaginta grega verteu reʼém com o sentido ‘de um só chifre’, ou unicórnio. A Vulgata latina frequentemente traduz o termo por “rinoceronte”. Outras versões usam ‘boi silvestre’, ‘touro selvagem’ ou ‘búfalo’. Robert Young simplesmente translitera o hebraico para o inglês como “Reem”, basicamente deixando o leitor no escuro.
Peritos atuais, porém, eliminaram grande parte da confusão sobre o reʼém. Os lexicógrafos Ludwig Koehler e Walter Baumgartner mostram que significa ‘bois selvagens’, com a identificação científica de Bos primigenius. Trata-se duma “subfamília da família dos ungulados de chifres grandes”. A New Encyclopædia Britannica explica: “Certas passagens poéticas do Velho Testamento referem-se a um forte e esplêndido animal chifrado chamado reʼém. Esta palavra é traduzida ‘unicórnio’ ou ‘rinoceronte’ em muitas versões, no entanto, muitas traduções modernas preferem ‘boi selvagem’ (auroque), que é o sentido correto da palavra hebraica reʼém.”
Ou seja, a Bíblia de forma alguma afirma a existência de unicórnios. Isso foi, na verdade, um erro de tradução, pois a tradução correta da palavra hebraica re’ém é ‘boi selvagem’. Muitas Bíblias já trazem essa tradução, embora a palavra ‘rinoceronte’ também seja bastante usada (pelo fato de o rinoceronte ter apenas um chifre, como um “unicórnio”, e também por que os rinocerontes parecem pequenos bois quando avistados de lado).
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