O “argumento da regressão infinita” é algo que não se usa para falar de Deus, pois o infinito quantitativo não existe, é apenas uma ideia em nossa mente. Os matemáticos reconhecem que a existência de um número infinito de coisas leva a auto-contradição. Por exemplo: Quanto é infinidade menos infinidade? Matematicamente, temos respostas auto-contraditórias. Isso mostra que o infinito quantitativo é só uma ideia em nossa mente, algo que não existe na realidade.
David Hilbert, talvez o maior matemático do século XX, escreveu: “O infinito não pode ser encontrado em nenhum lugar da realidade. Não existe na natureza, nem fornece uma base legítima para o pensamento racional. O papel que resta para o infinito exercer é somente o de uma ideia.”
Isso significa que, como os eventos passados não são apenas ideias, mas são reais, então o números de eventos passados deve ser finito. Portanto, a série de eventos passados não pode regredir para sempre.
Sabemos que do nada, nada pode surgir. Então, se alguma vez já houve um tempo em que não existia absolutamente nada, então nada jamais viria a existir. Mas as coisas existem. Por isso, uma vez que nunca pode ter havido o nada absoluto, alguma coisa deve ter sempre existido. Essa coisa que sempre existiu é o que chamamos de Deus.
Como toda a matéria, tempo e espaço vieram a existência no momento do Big Bang, a Causa Primeira do Universo deve ser imaterial, não-espacial, atemporal, poderosa e pessoal. Como é a criadora do tempo e do espaço e não é por eles limitada, essa causa não pode ser antecedida por nenhum evento, visto que isso se refere a tempo. Como ela não está limitada ao tempo e, por isso, não pode ser antecedida por nada, ela é eterna e não-causada. Isso significa que a Causa Primeira não passou a existir, não teve um começo (pois é eterna, existe desde sempre e para sempre), e, portanto, não teve uma causa/um criador. E é justamente essa causa eterna, poderosa, pessoal, imaterial, atemporal e não-espacial que chamamos de Deus.
Ou seja, se o criador tivesse um criador, que tivesse um criador, que tivesse um criador… Teríamos uma regressão infinita. Mas o infinito quantitativo não existe. Portanto devemos admitir que o processo de criação tem que começar em algum lugar, do contrário, nada do que existe existiria. Ademais, podemos dizer que esse processo de criação começa com a criação do Universo, pois a Causa Primeira do Universo não pode ser antecedida por nada, visto que criou o tempo e não é por ele limitada. Ou seja, o processo de criação começa em Deus como criador do Universo.
Agora assistam a este vídeo onde o matemático John Lennox fala um pouco sobre isso, nos mostrando que o processo de Criação tem que começar em algum lugar e que, do ponto de vista cristão, a Criação começa em Deus, que é eterno e incriado e que, portanto, não pode ser antecedido por nada, visto que o infinito quantitativo não existe fora da mente, muito menos sem tempo (não existia tempo antes do Big Bang, portanto não pode ter existido tempo antes da Causa Primeira, que é Deus):
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